"O problema reside na natureza da comunicação humana. Pensamo-la como um produto do espírito, mas é feita com corpos: movimentos faciais, tons de voz, movimentos corporais, gestos de mãos (...). Na internet, o espírito está presente, mas o corpo está ausente" (J.L. Locke, 2000 citado por Giddens, 2004, p.101)

sábado, 18 de maio de 2013

Comentário ao Capítulo II do Livro: "Educação Online: pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais"


Comentário 

Capítulo II - Novos Cenários e Modelos de aprendizagem construtivistas em plataformas Digitais, do Livro Educação Online: pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais, de Monteiro, A.;Moreira, A.J.Almeida, A.C. (2012).  


 





Em época de evolução das tecnologias de informação e de comunicação, as quais deram origem a grandes transformações sociais, económicas e culturais. As novas diretrizes do processo de Bolonha de modo a homogeneizar no espaço europeu um ensino superior facilmente compreensível e acessível para todos, fez com que as Instituições de Ensino Superior procurassem um novo modelo de ensino com recurso ao e-learning e/ou b-learning. O intercâmbio educação/tecnologia trouxe grandes alterações na relação professor/aluno, em que o controlo da aprendizagem passou do professor para o estudante, deixou-se o modelo tradicional baseado num "manual recomendado", em que o professor era o detentor do saber, o recurso a plataformas digitais leva a que o aluno deixe de ser apenas um utilizador multimédia para se tornar num produtor/autor. A informação dada nas aulas presenciais passa a estar online.
É necessário ter em consideração o contexto social e psicológico em que se desenvolve a aprendizagem, privilegiando espaços abertos para uma aprendizagem construtiva, onde se promova o pensamento crítico. Os diversos estilos de aprendizagem e os elementos afetivos, como motivação, satisfação e criatividade, são elementos a considerar para qualquer tipo de ambiente de aprendizagem, não se pode dar apenas destaque aos conteúdos programáticos,  as questões relacionadas com as comunidades de aprendizagem colaborativa e cooperativa, são fundamentais para se promover a construção social do conhecimento pela interação. 
“Bolonha” veio transformar o ensino passivo com base na aquisição de conhecimentos, para um modelo que tem por base o desenvolvimento de competências, em que os estudantes têm um papel ativo e central na construção do conhecimento, e atuante na gestão das Instituições.
O aparecimento das plataformas digitais como ferramenta inovadora de comunidades de aprendizagem e os novos desempenhos dos professores e  alunos, levou à necessidade de um  processo suportado por modelos pedagógicos colaborativos, construtivistas e de aprendizagem através da descoberta.
Destaca-se pela sua pertinência, atualidade e adaptabilidade, com maior suporte empírico os seguintes modelos pedagógicos promotores de interação: Community of Inquiry e o e-moderating, em que no primeiro destaca-se três dimensões, a cognitiva marcada pelo pensamento crítico, a social que assenta na criação de relações afetivas entre os participantes e a dimensão docente tendo esta a tarefa da implementação e desenvolvimento da comunidade como também orientar a aprendizagem dos seus membros.
O modelo e-moderating baseia-se em cinco etapas orientadoras da atividade do professor/moderador para alcançar a construção de comunidades virtuais de aprendizagens autónomas.
O fundamental para se obter uma aprendizagem de qualidade é haver bons conteúdos programáticos, uma boa interação entre alunos e alunos/professor, o ensino-aprendizagem desenvolver-se num contexto adequado e ainda que a avaliação seja criteriosa e isenta.
O recurso a plataformas digitais, principalmente em complemento às aulas presenciais, trouxe na prática grandes vantagens. Aumentou-se a interação fora da sala de aula, uma gestão mais eficiente do tempo, embora, pelo que presencio no percurso académico do meu filho, estudante universitário de um curso de engenharia, o saber gerir o tempo é a pedra fundamental. Os alunos são bombardeados com grandes quantidade de trabalhos práticos, aliado à teoria indispensável às avaliações finais.
Para que as plataformas digitais sejam uma ajuda na aprendizagem há que alterar ideias pré-concebidas, tem de haver mudanças a nível de ensino, os docentes necessitam de competências específicas na área da multimédia, em benefício de uma melhor e maior interação de trabalho colaborativo e cooperativo e em detrimento do individualismo. Abrindo-se assim, caminho a uma aprendizagem em prol de  todos e não apenas pelo sucesso individual. 

Bibliografia:

Monteiro, A.;Moreira, A.J.Almeida, A.C. (2012). Educação Online: pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais. Defacto: Santo Tirso - Portugal.

 

1 comentário:

  1. Muito interessante e util para o meu trabalho de investigação, na área da Tecnologia Educativa. Estou com o projeto ao nível da construção de narrativas digitais no Jardim de Infãncia, com o objetivo de desenvolver competências ao nivel das multiliteracias!

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